Depois de uma ligeira trégua nas temperaturas, Portugal prepara-se para enfrentar uma nova e intensa vaga de calor, que poderá prolongar-se até, pelo menos, à próxima terça-feira. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) mantém avisos amarelos em vigor em grande parte do país, perante a previsão de temperaturas máximas que poderão atingir os 44 ºC em algumas regiões do interior.
A situação meteorológica é particularmente crítica no fim de semana, com destaque para domingo, 3 de agosto, que poderá assinalar o início de um episódio de calor extremo em várias zonas do território continental, segundo adiantam os meteorologistas do portal especializado Tempo.pt.
O sábado será marcado por uma nova escalada das temperaturas máximas, em especial na região Sul. Após uma ligeira descida no final de julho e no arranque de agosto, os termómetros voltam a subir acentuadamente, com máximas que deverão rondar os 39 ºC em Beja e outras zonas do Alentejo.
O céu manter-se-á pouco nublado ou limpo na generalidade do país, embora se preveja alguma nebulosidade persistente ao longo da manhã no litoral Oeste. O vento soprará fraco a moderado de Noroeste, com rajadas entre os 40 e os 50 km/h, sobretudo nas terras altas do litoral ocidental.
As mínimas deverão variar entre os 16 ºC (Viana do Castelo) e os 22 ºC (Portalegre), enquanto as máximas oscilarão entre os 27 ºC (Viana do Castelo) e os 39 ºC (Beja).
Domingo escaldante antecipa semana tórrida
O dia seguinte será o mais quente do fim de semana e poderá marcar o início de uma nova vaga de calor extremo. O céu continuará limpo em quase todo o território continental, com a presença de neblina ou nevoeiro matinal ao longo da faixa costeira entre Lisboa e o Porto.
Neste dia, o vento soprará do quadrante Este, em regime fraco a moderado, especialmente no início da manhã e ao final da tarde. As temperaturas mínimas deverão variar entre os 18 ºC (Guarda, Coimbra, Viana do Castelo) e os 23 ºC (Castelo Branco e Portalegre), enquanto as máximas poderão atingir os 41 ºC em Beja e os 40 ºC em Castelo Branco.
De acordo com as previsões meteorológicas, estas condições deverão manter-se até ao dia 5 de agosto, pelo menos.
Condições propícias à propagação de incêndios
A nova subida das temperaturas surge numa altura crítica para o país, que já contabiliza milhares de hectares ardidos, com incêndios ativos recentemente em Ponte da Barca, Arouca e Penamacor – este último, entretanto, em fase de resolução. A acalmia temporária registada entre os dias 31 de julho e 1 de agosto tem permitido avanços no controlo das chamas, mas o regresso do calor extremo representa um novo desafio para os operacionais e proteção civil.
As rajadas de vento previstas podem também agravar a propagação de focos de incêndio, dificultando o combate às chamas.
Açores e Madeira com tempo mais estável, mas céu nublado
Nos arquipélagos, a situação meteorológica será distinta, mas marcada por nebulosidade. Nos Açores, espera-se céu muito nublado, especialmente na vertente Norte da ilha de São Miguel, onde poderá ocorrer alguma precipitação fraca. As temperaturas mínimas deverão situar-se entre os 19 ºC e os 21 ºC, com máximas entre os 24 ºC e os 25 ºC.
Na Madeira, o cenário será semelhante, com maior nebulosidade na vertente Norte da ilha principal e na ilha de Porto Santo. A vertente Sul poderá beneficiar de períodos de céu limpo. As mínimas deverão variar entre os 18 ºC e os 21 ºC, e as máximas entre os 23 ºC e os 26 ºC.
Cuidado redobrado: calor, radiação UV e fumo
A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda especial atenção neste período de calor extremo, com apelos à hidratação, à não exposição direta ao sol entre as 11h e as 17h, e à utilização de protetor solar. As condições meteorológicas previstas agravam também a concentração de poluentes e partículas em suspensão, nomeadamente nas zonas afetadas por incêndios, podendo afetar a qualidade do ar.
Além disso, os níveis de radiação ultravioleta (UV) manter-se-ão muito elevados, exigindo precauções acrescidas para evitar lesões cutâneas.














